terça-feira, 25 de setembro de 2012

Sou maré vermelha a lamentar...

 
É com grande frustração que vejo o PSOL perder e se perder nesta eleição. Em uma campanha tão fraca, perde a chance de se estabelecer como a nova esquerda portoalegrense, enquanto se perde no discurso udenista fácil.

Tão igual a tantos outros, por não apresentar estudos, dados e projetos concretos e bem definidos, põe em risco o grande espaço político que conquistou em sua primeira eleição municipal, quando emplacou duas cadeiras na Câmara.

Assim, perde a chance de se afirmar como uma alternativa (viável e bem estabelecida) de esquerda em POA. Mas... insisto: Acreditar é preciso!
Mesmo com toda a quebra de "ilusões" desde o início do Governo Lula, acreditava que o PT (como um todo) seguia sendo um caminho viável à esquerda. O problema estava (e está) na velocidade com que esse caminho foi se distanciando das esquerdas ou, pelo menos, de suas plataformas históricas. Vemos várias bandeiras históricas e importantes das esquerdas serem desbancadas com uma facilidade que assusta.

Por outro lado, sempre que chega o período eleitoral, parece haver o impasse: o PT como a alternativa à emergência (ou, dependendo do contexto, ao retorno) de forças políticas mais conservadoras. Por vezes, me pego pensando em algo parecido com o "voto útil". A saída de bons quadros do PT (ou mesmo seu “escanteamento”) parece indicar que o PT agoniza. Mas (me parece) não eleitoralmente, e sim enquanto partido de esquerda. O fortalecimento da corrente que levou Villaverde à candidatura em POA, em detrimento de Raul Pont, é ilustrativo disto...

Por outro lado, a situação do PT em POA (antigo reduto eleitoral petista) nesta eleição pode bem ser um indicativo de um declínio também eleitoral: Até poucos dias, as pesquisas indicavam 5% dos votos; agora, indicam 10%. De qualquer maneira, o PT ficaria de fora do segundo turno (algo que não acontece desde sua primeira vitória na capital gaúcha lá em 1989).

Um balanço do desempenho do Partido nas principais capitais e maiores cidades poderá jogar luz neste quadro. Porém, uma outra questão pode se colocar: em eleições majoritárias federais, quanto dos próximos êxitos petistas será fruto do "trabalho partidário" e quanto será fruto do capital político (pessoal) de Lula?

sexta-feira, 20 de abril de 2012


Tomou o café como a carícia antes do dia difícil.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

É interessante quando tu começa a contar tuas lembranças por décadas.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Há mais ou menos dois anos, no finado orkut, fiz um Top 5 de "cenas de filmes em que as personagens cantam/dançam/encenam uma canção".

Na época, havia acabado de ler "Alta Fidelidade" (e, ao mesmo tempo, vira o filme umas três ou quatro vezes em poucos dias). Assim, no embalo, tascava as minhas "5 mais".

Hoje, para comemorar o fim da releitura do livro, reedito a lista com uma pequena alteração. Até onde a memória alcança, "I Want You" não constava na relação... mas a mudança se deve aos ventos da história (Uh!)...

Enfim, segue o Top 5 (em ordem aleatória):

1. "Try a Little Tenderness" [Duets]: Por sempre me fazer querer correr para um karaokê (embora a razão e o senso humanitário me parem);
http://www.youtube.com/watch?v=mXhRXAZm6wQ

2. "I Want You" [Across the Universe]: Por ser de uma força ímpar, quase um grito pacifista;
http://www.youtube.com/watch?v=SSnw1JaL2uA&feature=related

3. "I Say a Little Prayer" [O Casamento do Meu Melhor Amigo]: Se mantém pela nostalgia (e porque eu me encontro em uma fase "A Viagem à China do Meu Melhor Amigo);
http://www.youtube.com/watch?v=kPHc5qIsNH0

4. "Lion's Jungle" [Friends]: Pela homenagem à Amizade!;
http://www.youtube.com/watch?v=3y-ys9zE47M

5. "Let's Get It On" [Alta Fidelidade]: Pelo encerramento com chave de ouro (na minha opinião, melhor do que no livro) e pela motivação para a lista.
http://www.youtube.com/watch?v=1V_-iZYIofU

Por fim, acho que devo dizer que a nova leitura foi, para mim, diferente. O que prova que, além da qualidade do livro e de nossos gostos pessoais, nossa História também nos abre (ou fecha) para um livro.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Os Elos da Correia


Segundo a Brigada Militar, 1500 pessoas participaram do ato de protesto ocorrido em Porto Alegre na última terça-feira. Entre os manifestantes, durante a passeata, falava-se em 2000. Fato é que, há pelo menos uma década, a capital gaúcha não via uma manifestação dessa dimensão. Passados apenas quatro dias do episódio que lhe deu origem, o ato atingiu um grau de execução que beirou o impecável.

E não deixa de ser interessante a combinação de elementos que gerou isto. O ato ocorrido na noite desta terça-feira foi alimentado pela conjuntura: a atrocidade cometida pelo motorista deu uma enorme visibilidade ao “Massa Crítica”, grupo que há um bom tempo vem atuando nas ruas de Porto Alegre. Com esta visibilidade, surge a possibilidade de um certo crescimento do movimento.

Mas, obviamente, a oportunidade de nada serve se não houver inteligência e habilidade suficiente para aproveitá-la. E estes elementos a organização dos ciclistas teve de sobra.

Em primeiro lugar, no plano simbólico, a campanha teve bandeiras fortes e bem definidas: a valorização da vida, a educação para o trânsito e a defesa da sustentabilidade proporcionaram um conteúdo bastante consistente ao movimento.

As imagens evocadas ou construídas fortaleceram ainda mais o apelo simbólico da passeata: a gravura que conjugava um carro e uma arma e a própria figura da bicicleta acionaram a velha tensão homem vs máquina e, no extremo, vida vs violência.

Outra característica interessante do movimento foi a ampla rede de relações que foi acionada para que mais de 1500 pessoas participassem do protesto nas ruas da cidade. Apesar do restrito núcleo do movimento (o “Massa Crítica”) a adesão de simpatizantes diversos e membros de outros grupamentos (partidos políticos e movimento estudantil, por exemplo) encorpou o ato através de uma organização informal que gerou uma considerável flexibilidade. Em função disso, os recursos gastos com o gigantesco protesto foram mínimos.

Por outro lado, essa informalidade – e sua conseqüente flexibilidade – traz uma relativa fraqueza: ao mesmo tempo em que criou um ato dotado de espontaneidade e velocidade, gerou um movimento que apesar de suas dimensões, dificilmente manterá níveis elevados e permanentes de mobilização.

Um outro ponto – o que certamente foi mais visível – é a destreza com que o movimento utilizou os meios de comunicação. Não foi à toa que o episodio todo teve repercussão mundial: além da dramaticidade da barbárie cometida pelo motorista, o movimento soube explorar muito bem o apetite sensacionalista da imprensa (escrita, falada e televisiva). E, ao mesmo tempo, aproveitou as grandes vantagens da internet: sua amplitude, sua velocidade nas trocas de informações e sua economia.

Em função de sua informalidade, a tendência é que, com o tempo, a mobilização afrouxe, retornando o movimento a algo próximo ao seu núcleo original (o pessoal do “Massa Crítica”). Contudo, a dramaticidade do caso, a força das imagens e a experiência da mobilização plantaram a semente.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

terça-feira, 19 de janeiro de 2010


Nas férias retrasadas, ouviu rock. Nas passadas, mudou-se. Nestas, joga futebol no computador.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Indagações antropológicas


Por que todos os bares de Florianópolis vendem café já adoçado?