Havia pensado muito antes de escolher o lugar para o encontro. Foi difícil, mas acabou descobrindo um restaurante bem aconchegante em um bairro perto do centro da cidade. Nem pequeno, nem grande... perfeito. Não queria um clima formal, mas também não queria que ela pensasse que estava forçando algo, digamos, mais "intimista". Seria a segunda vez que saíam, e ele tinha muitas dúvidas quanto às intenções dela; almoçaram quatro dias antes, mas depois tiveram um desencontro no cinema, desencontro que ele não sabia se fora obra do acaso ou da vontade dela.
Esperava por ela sentado em uma mesa em frente à janela. Para passar o tempo, fiscalizava o cardápio. Filés, sopas... e ela já estava dez minutos atrasada. Pensou em pedir um café enquanto esperava, mas ficou com medo de que ela não achasse cortês de sua parte. Cantarolou baixinho, e seus dedos acompanharam o ritmo, batendo sobre a mesa. Olhou em direção à porta no exato instante em que ela a cruzou. Estava linda. O vestido, muito simples, lhe dava um ar casual, e o cabelo lhe caía na testa de uma forma extremamente agradável.
Sorrindo, ele se levantou beijou-lhe a face e, com um movimento displicente e amável, indicou a cadeira para que ela se sentasse.
- Tudo bom? Desculpa o atraso.Esperava por ela sentado em uma mesa em frente à janela. Para passar o tempo, fiscalizava o cardápio. Filés, sopas... e ela já estava dez minutos atrasada. Pensou em pedir um café enquanto esperava, mas ficou com medo de que ela não achasse cortês de sua parte. Cantarolou baixinho, e seus dedos acompanharam o ritmo, batendo sobre a mesa. Olhou em direção à porta no exato instante em que ela a cruzou. Estava linda. O vestido, muito simples, lhe dava um ar casual, e o cabelo lhe caía na testa de uma forma extremamente agradável.
Sorrindo, ele se levantou beijou-lhe a face e, com um movimento displicente e amável, indicou a cadeira para que ela se sentasse.
- Tudo bem, não tem problema. As coisas vão bem, e contigo?
- Tudo ótimo.
Enquanto os olhos dela percorriam o cardápio, ele a observava. Pensou em sugerir algo, mas não sabia muito do seu gosto; preferiu não arriscar.
- Posso deixar minha bolsa junto com a tua pasta?
- Claro, por favor.
Ficou contente com a atitude dela: demonstrava intimidade. O jantar correu sem problemas. A conversa fora divertida e despretensiosa. Música, livros, gostos. Ela comera um filé à parmegiana; ele, um filé ao molho madeira. Ainda em dúvida sobre a situação dos dois, ele aproveitou um rápido silêncio para perguntar:
- Tu gostou do almoço de terça?- Claro, foi muito bacana...
- E tu gostou de me deixar plantado no cinema na quarta?!
- Ah?! Mas...
- Então, cala a boca e gosta disso!!!
Em uma explosão, mais rápido do que pudesse pensar, ele se levantou, tirou a arma da pasta e deu um tiro na cabeça dela. Ante a consternação que tomou conta do ambiente, ainda descarregou todo o revolver no corpo já caído ao chão.
Ficou ali, olhando para o sangue por alguns segundos até que se acalmasse. Depois, saiu assobiando o Bolero de Ravel...
Ficou ali, olhando para o sangue por alguns segundos até que se acalmasse. Depois, saiu assobiando o Bolero de Ravel...
2 comentários:
Trágico. Mas justo. (rsrs)
Gostei.
"Trágico. Mas justo."
Sábias palavras... hehe...
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